Por Fernanda Iwakura, Jean Costa e Laila Kamegasawa
Ação, comunicação e educação. Este é o novo contexto proposto pela educomunicação para uma diferente perspectiva de ensino. Além de criar novos paradigmas para a educação e a comunicação, ainda discute a interação destes universos que antes se encontravam tão distantes. Esta aproximação implicará em um aumento do potencial comunicativo dos envolvidos.
Segundo o professor Ismar de Oliveira Soares, chefe do Departamento de Comunicação e Artes da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP) e responsável pelo curso de Educomunicação, os profissionais desta área, hoje, são autodidatas por ainda não existir uma área legitimada. No entanto, exercem a função em participativas solidárias, desenvolvendo políticas de trabalho voltadas para integração da comunidade. Para ele as possibilidades de práticas na nova categoria profissional consistem em ações dentro de Organizações Não Governamentais (ONG’s), escolas, meios de comunicação, entre outros.
Soares frisa que a principal missão do profissional é gerenciar e manter atividades educativas junto aos projetos de mídia. “Ele vai permitir que as aulas sejam feitas com uso de tecnologias, além de potencializar as ações comunicativas no espaço em que está”.
A definição dada à educomunicação por Soares resume-se em um conjunto de ações voltadas para a criação de ecossistemas comunicativos. Há ainda um grande papel social que se desenvolve através de projetos. “A educomunicação assume a intencionalidade educativa, isto é, a sociedade precisa preparar o cidadão para o exercício da comunicação por meios destes projetos sociais”, explica.
Apesar de haver afinidades entre educomunicadores e pessoas formadas em comunicação, ele afirma que comunicadores repercutem fatos ou informações. Já o educomunicador foca em interesses voltados à sociedade, comunidade e fatos que o cercam. “Os recursos da comunicação sustentam uma política de trabalho voltada para a prática da cidadania, aos interesses da comunidade e ao mesmo tempo criam indicadores, procedimentos que permitem que crianças, jovens e adultos se relacionem adequadamente com os sistemas de meios de comunicação e educação”.
O curso
A licenciatura, com início no 1º semestre do ano que vem na USP tem duração de quatro anos, onde se preenchem 30 vagas no período noturno. “Nós vamos formar profissionais que potencializem a ação dos outros. Em uma escola, por exemplo, ele não vai produzir um vídeo da instituição e sim identificar que irá produzi-lo, direcionando esta produção”.
Texto publicado na revista laboratório da Universidade Braz Cubas “Perspectiva” (ANO IV – Nº 03 – NOVEMBRO DE 2010).