sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Saudades

Senti a necessidade de relembrar, reviver um pouco nas lembranças.






Saudade do que já foi.
Daquilo que não volta.
Um ente querido que não está mais aqui.
Um grande amigo que nos marcou e não se encontra presente.
Alguém que teve um papel crucial em nossas vidas e ainda se faz presente de outras maneiras.
Por meio de uma conversa ao telefone, pela internet.
Ou simplesmente, viva em nossas mentes.
Nas lembranças. Nas fotografias. Nas cartas.
Amigos que se mudaram de cidade e perdemos contato. A intimidade.
Ou aqueles que não pertencem mais ao mundo em que vivemos.
Pessoas que vem e vão.
Eternizam cada momento como se não houvesse amanhã.
Mas e se, realmente, não houver o amanhã?
Não há como saber. Tão pouco ter certeza de qualquer coisa.
Somos humanos. Ignorantes. Prepotentes. Gananciosos...
Vivemos o hoje como se fossemos eternos.
E, ao mesmo tempo, temos a certeza que a Morte um dia virá.
Controverso, não?!


O nosso amanhã se tornou o meu hoje.
E o seu amanhã não veio.
Aquela música que costumávamos cantar, pelos corredores e pátios da universidade.
Eu “ainda lembro“. Eu “ainda lembro“.
Costumava brincar e dizer que você nasceu para a minha felicidade.
E foi, exatamente, o que você me trouxe.
O que você me proporcionou.
Felicidade. Felicidade...
E com a mesma intensidade e alegria que você um dia me deu, 
hoje, eu costumo lembrar daqueles momentos que dividimos.
As risadas. As brincadeiras idiotas. 
Os “papos de pernas pro ar“, como você costumava dizer.
Os xingamentos de brincadeirinha.
Como sinto falta de você me xingando de odiota.
Ou quando me chamava de Ferdinanda...
Nossos planos de irmos para Machu Piccho.
Ao seu lado, vivi os melhores anos de minha vida.
As melhores risadas.
Por mais simples que fossem os momentos,
tudo o que precisávamos era da companhia uns dos outros.
Obrigada por tudo, minha amiga, minha irmã.
Eu te amo, para todo o meu sempre...


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Tristeza e tinta fresca

   Um vão. Eu entro. Não enxergo nada. Tá tudo escuro aqui.
   Dou um passo. A esmo. Sem Norte. Sul. Leste. Oeste.
   Não toco em nada. Não esbarro em ninguém.
   Mal sinto meus pés tocarem o chão (onde piso?).
   Silêncio. A cor? É preto. O breu completo. O cheiro? É de casa. Quente.
   Não há sinal de existência alguma. A solidão.
   Somente eu e Deus.
   Me bate uma angústia. Uma tristeza. Aquele aperto no peito.
   É assustador estar só consigo mesmo.
   Já não me pergunto onde estão todos. Eu só quero me encontrar.
   Percebi que não me perdi de ninguém. Mas de mim mesma.  
   Em algum lugar, me desencontrei de mim.
   Estou vagando sem rumo. Caminhando em todo lugar. Em todas as direções.
   Não há ninguém que eu queira encontrar.
   Somente a mim mesma.
   Somente a mim mesma.


Obs. Título do texto retirado da música Gentileza da grandiosa Marisa Monte.
    
     “Apagaram tudo. Pintaram tudo de cinza. Só ficou no muro tristeza e tinta fresca“.