quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Um ponto de Fuga



Por Fernanda Iwakura


Meu corpo está cansado.
Minha mente inquieta.
Meus olhos semicerrados, pedindo trégua.
Tento descansar, mas na verdade estou aguardando pelo fim.
O fim de tudo.
O fim desta batalha.
Já nem me lembro como ou quando ela começou.
Nem sei do momento que me encontro agora.
Achei uma distração.
Uma fuga do que me cerca.
De mim mesma.
Sem pestanejar, me atiro.
De cabeça me jogo.
Ainda sinto muito medo.
Mas, isso é tudo o que me resta.
A fuga. O medo.
Já não mais procuro por um ponto seguro.
Um local para me apoiar.
Descobri que só devo contar comigo mesma.
E aquela razão para viver?
Já não preciso mais procurá-la além de mim.
Hoje, eu apenas sigo. Prossigo.
Sobrevivendo.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Welcome Home - Radical Face




Como aqui é um lugar em que eu tudo posso, tomei a liberdade de colocar um som que não consigo parar de ouvir e tão pouco está saindo de dentro de mim. Eu me apropriei dele neste momento.
Escutei esse som no comercial da Nikon. E tão logo que o ouvi, pirei, e claro, fui procurá-lo.
O ouvi repetidas vezes, e fui ver sua tradução, que segue logo abaixo, tão foda quanto o som é a letra.









“O sono não visita, então eu engasgo com o sol
E os dias se borram em um
E os meus olhos se surpreendem com as coisas que eu nunca fiz

As folhas são balançadas em um velho varal
Como traços de fantasmas capturados sobre a grama velha e morta
Nunca foi o bastante, mas fizemos o máximo
Bem vindo ao lar

Os navios são lançados do meu peito
Alguns têm nomes, mas a maioria não
Se você encontrar um, por favor, deixe-me saber qual parte eu perdi

Curar as cicatrizes das minhas costas
Eu não preciso mais delas
Você pode jogá-los ou mantê-los em frascos de seus vasos
Eu vim para casa

Todos os meus pesadelos escaparam da minha cabeça
Barre a porta, por favor, não deixe-os entrar
Você nunca deveria ter saído
Agora minha cabeça está rachando nas emendas
E eu não sei se eu posso

Aqui, debaixo dos meus pulmões, eu sinto a pressão dos seus dedos em minha pele novamente“

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Saudades

Senti a necessidade de relembrar, reviver um pouco nas lembranças.






Saudade do que já foi.
Daquilo que não volta.
Um ente querido que não está mais aqui.
Um grande amigo que nos marcou e não se encontra presente.
Alguém que teve um papel crucial em nossas vidas e ainda se faz presente de outras maneiras.
Por meio de uma conversa ao telefone, pela internet.
Ou simplesmente, viva em nossas mentes.
Nas lembranças. Nas fotografias. Nas cartas.
Amigos que se mudaram de cidade e perdemos contato. A intimidade.
Ou aqueles que não pertencem mais ao mundo em que vivemos.
Pessoas que vem e vão.
Eternizam cada momento como se não houvesse amanhã.
Mas e se, realmente, não houver o amanhã?
Não há como saber. Tão pouco ter certeza de qualquer coisa.
Somos humanos. Ignorantes. Prepotentes. Gananciosos...
Vivemos o hoje como se fossemos eternos.
E, ao mesmo tempo, temos a certeza que a Morte um dia virá.
Controverso, não?!


O nosso amanhã se tornou o meu hoje.
E o seu amanhã não veio.
Aquela música que costumávamos cantar, pelos corredores e pátios da universidade.
Eu “ainda lembro“. Eu “ainda lembro“.
Costumava brincar e dizer que você nasceu para a minha felicidade.
E foi, exatamente, o que você me trouxe.
O que você me proporcionou.
Felicidade. Felicidade...
E com a mesma intensidade e alegria que você um dia me deu, 
hoje, eu costumo lembrar daqueles momentos que dividimos.
As risadas. As brincadeiras idiotas. 
Os “papos de pernas pro ar“, como você costumava dizer.
Os xingamentos de brincadeirinha.
Como sinto falta de você me xingando de odiota.
Ou quando me chamava de Ferdinanda...
Nossos planos de irmos para Machu Piccho.
Ao seu lado, vivi os melhores anos de minha vida.
As melhores risadas.
Por mais simples que fossem os momentos,
tudo o que precisávamos era da companhia uns dos outros.
Obrigada por tudo, minha amiga, minha irmã.
Eu te amo, para todo o meu sempre...


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Tristeza e tinta fresca

   Um vão. Eu entro. Não enxergo nada. Tá tudo escuro aqui.
   Dou um passo. A esmo. Sem Norte. Sul. Leste. Oeste.
   Não toco em nada. Não esbarro em ninguém.
   Mal sinto meus pés tocarem o chão (onde piso?).
   Silêncio. A cor? É preto. O breu completo. O cheiro? É de casa. Quente.
   Não há sinal de existência alguma. A solidão.
   Somente eu e Deus.
   Me bate uma angústia. Uma tristeza. Aquele aperto no peito.
   É assustador estar só consigo mesmo.
   Já não me pergunto onde estão todos. Eu só quero me encontrar.
   Percebi que não me perdi de ninguém. Mas de mim mesma.  
   Em algum lugar, me desencontrei de mim.
   Estou vagando sem rumo. Caminhando em todo lugar. Em todas as direções.
   Não há ninguém que eu queira encontrar.
   Somente a mim mesma.
   Somente a mim mesma.


Obs. Título do texto retirado da música Gentileza da grandiosa Marisa Monte.
    
     “Apagaram tudo. Pintaram tudo de cinza. Só ficou no muro tristeza e tinta fresca“.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Cuspindo ódio


Por Fernanda Iwakura

Um dia a mais ou um dia a menos, é relativo para quem sente ou o que se sente.
Ódio. Raiva. Rancor. Tantos sentimentos amargos. Infrutíferos.
Nada escapa disso, nem ninguém. O rancor alheio afeta de tal forma que o absorvemos, seja por repudio, descontentamento.
Falsos profetas. Falsos cristãos. Falsos. Falsos.
Conheço muitos ateus com atitudes mais cristãs dos que estes próprios.
“Os não-judeus não têm a lei. Mas, quando fazem pela sua própria vontade o que a lei manda, eles são a própria lei, embora não tenham a lei. Eles mostram, pela sua maneira de agir, que têm a lei escrita em seu coração.” (ROMANOS – 2:14-15).
É tanto ódio proclamado. Embutido. Enrustido.
Tanta preocupação com o que o outro faz. Fala. Sente.
Onde entra o “amai o pecador” nessas horas? O que é ser cristão? Ir à igreja, ler a bíblia, cantar, vestir sua melhor veste para adorar ao Senhor? Ou ser cristão é simplesmente seguir os passos, atitudes de Cristo?
Igreja. Ah! A igreja! rs
Desculpe o “rs", mas não tem como não rir. É tal como panis et  circenses. Pão e circo. Pão e circo. São os que mais julgam. Onde nasce o ódio. O repudio. O rancor.
Seu público, em fervor escuta. Anseia. Obedece. E repetem. Repetem.
Pensar? Não! Repercutir.
Questionar? Isso é uma heresia!
A busca pela perfeição divina. Divina!
A busca pela ordem. Pela felicidade. Jamais pela liberdade. Liberdade é libertinagem. Tal como homossexualidade é promiscuidade.
Repetição. Repetição. Repetição.
Repetição dos dias. Das ordens. Das palavras. Até se tornar um impulso. Impulso? Não! Condicionamento!
O que é você? Quem é você?  Quem você queria se tornar quando criança? Foi isso que se tornou? Por que não? Por que não?
Há mais beleza e humanidade no caos do que na ordem.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

União Homoafetiva - Direitos Iguais?


Por Fernanda Iwakura

            Neste mês de Maio, o Superior Tribunal Federal (STF) reconheceu a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Fato este que é uma vitória inegável para as lutas LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Trangêneros), ainda mais quando paramos para analisar que vivemos em um país tradicionalmente cristão, cerca de 90% da população.
            A união homoafetiva reconhece que os casais homossexuais, em uma relação estável, são sim uma família, e garante a estes os mesmos direitos de um casal heterossexual.
            Até aqui está tudo ótimo, lindo, não?! Eu ouso dizer, não, não está tudo ótimo! E de lindo, não há nada! Antes de me julgarem, eu explico, e após minha explicação, podem me criticar, espero criticas saudáveis, pois se estiver errada, eu quero aprender e se possível, tentar acertar.
            Este assunto rende muito, e com certeza é muito polêmico. Mas vamos ao que interessa.
            Essa luta, pela união homoafetiva é antiga, pois os homossexuais sempre foram tidos como subcidadãos, assim como um dia as mulheres já foram vistas desta forma, gays, lésbicas, transexuais ainda não são vistos com bons olhos, hoje.
            Ainda existe o preconceito. Ouço muitos dizerem por aí, “não sendo meu filho, não vejo mal algum”, ou ainda, “não se ‘pegando’ perto de mim, tudo bem”. Agora pergunto, o que mudou na população não LGBT? E vocês se perguntam, mas o que os heterossexuais têm haver com isso? Tudo, oras bolas.
            Um dos maiores problemas dos homossexuais, ou desta luta, é por conta do preconceito, preconceito este que vem, em sua maioria, de heterossexuais, a tão famosa homofobia.
            É preciso, muito antes de aprovarem qualquer lei, que sejam implantadas políticas públicas perante este assunto, que este seja discutido com a população, sempre de maneira saudável, para que a população se conscientize. Quem não quiser aceitar, que ao menos respeite.       Não é apenas implantar uma lei, mas sim fazer todo um trabalho de base, esta lei é para o público gay, mas de nada adianta abrir uma porta a pontapé, que ao meu ver, é o que foi feito.
            Os que são favoráveis, logicamente, elogiaram, adoraram, mas os que se mantém contra, continuam com esta posição, ou seja, nada mudou. Não estou dizendo que devemos convencer ninguém de que deste lado é melhor e daquele é ruim. Mas existe uma grande parte da população que não é esclarecida, e podem se manter contra, por simplesmente desconhecer o assunto. E esse esclarecimento é essencial para que nos tornemos melhores cidadãos, para que possamos aprender a respeitar as diferenças, sejam elas por opção sexual, ou simplesmente por preferências de times de futebol, música, roupas, e afins. Afinal, sempre ouço muitos gays dizerem que sofreram abusos, maus tratos, preconceitos entre outros tipos de descriminação, quando esta não os leva a morte.
            É lindo ver um casal heterossexual andando de mãos dadas em locais públicos, mas um casal homossexual é repudiado por qualquer demonstração pública de afeto. Independente da orientação sexual, acho que o respeito sempre deve prevalecer, afinal, existem lugares e lugares, e como já disse Marcelo D2 tem que saber chegar, chega no sapatinho. No papel, os direitos podem ter se “igualado” mas nas ruas não é bem isso que observamos.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Reflexão sobre nossos atos

Por Fernanda Naomi Iwakura

            É fato, que todos nós, cidadãos, sabemos o que é o aquecimento global, sabemos também de toda importância que este tema exerce sobre nossas vidas e sobre o ambiente em que vivemos.
Mas o que cada um de nós faz para amenizá-lo? A resposta é muito simples, a maioria de nós não faz nada.
A nossa postura deveria ser bem diferente, pois nós sempre criticamos essas indústrias, e todo tipo de empresas que poluem o meio ambiente, mas nos esquecemos de “olharmos para os nossos próprios umbigos”, pois julgamos que são apenas elas que poluem.
Segundo peritos da ONU, só nos resta dez anos para frearmos esta catástrofe ambiental e climática que se aproxima. Mas seriamos nós realmente capazes de fazê-lo?
Depois de tantos anos se falando em poluição, reciclagem, em consciência ambiental, por que somente agora fomos dar valor a tudo isso? Porque o homem só aprende errando! E esse foi o nosso principal erro. Agora, todos estão tão preocupados com a nossa sobrevivência que estão investindo em recursos para tentar frear essas catástrofes.
Será que todos esses esforços serão em vão? Que pergunta pessimista, não? Porém é uma hipótese, como que nós conseguiremos deter em dez anos o que o homem levou quase um século para poluir?
Uma vez, em uma discussão saudável com meus pais sobre este tema, eles, que são cristão-protestantes, me disseram o seguinte – que Deus não deixaria nada de mal nos acontecer – mas o que Deus tem haver com os nossos atos? É fácil demais cruzar os braços e esperar uma ajuda divina, difícil é “colocar as mãos na obra”. Deus nada tem haver com os nossos atos, exatamente por isso nos deu o livre arbítrio. Um professor, que me deu aula de Ética e Cidadania, disse uma vez em aula, que Deus nos deixou uma única lei para nos governar, a lei da Ação e Reação, que se encaixa perfeitamente com o aquecimento global. Nós que poluímos por muito tempo, agora estamos colhendo os frutos de tanta poluição.
Até quando o homem vai colocar o dinheiro a frente de tudo? Até quando a ganância do homem valerá mais do que a vida? Até quando continuaremos valorizando mais o TER do que o SER?
O que o homem ainda não percebeu é que o dinheiro pode comprar um brinquedo a uma criança, mas jamais o sorriso dela.
Como se já não bastasse, graças à ação do homem, vários animais estão extintos, e outros, como ele mesmo, estão correndo este risco.
Realmente valeu a pena? Tanta tecnologia, tantas coisas inimagináveis. Tanta porcaria!
"O ser humano ainda não compreendeu que quem está correndo perigo é ele mesmo e não o planeta. A Terra continuará existindo independente das espécies que habitem este ambiente. Portanto, não precisamos salvar o planeta, precisamos sim salvar a nós mesmos das nossas atitudes antropocêntricas e gananciosas que não respeitam a vida" - Alex Richard.


Este texto foi produzido por mim no ano de 2007, se não me engano, o utilizei em alguma matéria da faculdade.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Um trago, amargo.


Por Fernanda Iwakura


Inspira. Expira. Dou um trago. Permaneço estática admirando o cigarro, a forma como ele queima. Olhando a fumaça se espalhar no meu quarto, escuro, apenas iluminado por um abajur. Gosto das formas que a fumaça, com rapidez, se faz e na mesma velocidade desaparece. Se mistura com o ar.
Outro trago, amargo.
Esse gosto me traz lembranças. Memórias. Um passado não muito distante, pelo contrário. Quase que presente.
Diria até que este amargo foi outrora o gosto da minha felicidade. Não! Eu não sou nenhuma fumante viciada! Fumo apenas quando me convém. Eu gosto do gosto do palheiro. De parar para observar, pensar, enquanto fumo.
Poderia fazer isso sem o cigarro? É claro! Mas não me causaria o mesmo prazer.
Mil coisas passam pela minha cabeça quando sinto esse gosto, mas nenhuma parece mais me completar. Percebo então o passado.
Esse frio, esse barulho de chuva. O cheiro do tempo frio. Minhas mãos geladas.
O cigarro apaga.
Costumava dizer que fumar cigarro de palha é como uma arte. Pois necessita de paciência, insistência e os macetes do velho palheiro. Realmente, não é pra qualquer um.
Resolvi fumar para esquecer, mas meu tiro saiu pela calatra. Acabei apenas com um cigarro recordando. Revivendo.
Quanto tempo dura a felicidade?
Um cigarro, talvez.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Educomunicação propõe melhorias na área de ensino

Por Fernanda Iwakura, Jean Costa e Laila Kamegasawa

Ação, comunicação e educação. Este é o novo contexto proposto pela educomunicação para uma diferente perspectiva de ensino. Além de criar novos paradigmas para a educação e a comunicação, ainda discute a interação destes universos que antes se encontravam tão distantes. Esta aproximação implicará em um aumento do potencial comunicativo dos envolvidos.
Segundo o professor Ismar de Oliveira Soares, chefe do Departamento de Comunicação e Artes da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP) e responsável pelo curso de Educomunicação, os profissionais desta área, hoje, são autodidatas por ainda não existir uma área legitimada. No entanto, exercem a função em participativas solidárias, desenvolvendo políticas de trabalho voltadas para integração da comunidade. Para ele as possibilidades de práticas na nova categoria profissional consistem em ações dentro de Organizações Não Governamentais (ONG’s), escolas, meios de comunicação, entre outros.
Soares frisa que a principal missão do profissional é gerenciar e manter atividades educativas junto aos projetos de mídia. “Ele vai permitir que as aulas sejam feitas com uso de tecnologias, além de potencializar as ações comunicativas no espaço em que está”.
A definição dada à educomunicação por Soares resume-se em um conjunto de ações voltadas para a criação de ecossistemas comunicativos. Há ainda um grande papel social que se desenvolve através de projetos. “A educomunicação assume a intencionalidade educativa, isto é, a sociedade precisa preparar o cidadão para o exercício da comunicação por meios destes projetos sociais”, explica.
Apesar de haver afinidades entre educomunicadores e pessoas formadas em comunicação, ele afirma que comunicadores repercutem fatos ou informações. Já o educomunicador foca em interesses voltados à sociedade, comunidade e fatos que o cercam. “Os recursos da comunicação sustentam uma política de trabalho voltada para a prática da cidadania, aos interesses da comunidade e ao mesmo tempo criam indicadores, procedimentos que permitem que crianças, jovens e adultos se relacionem adequadamente com os sistemas de meios de comunicação e educação”.

O curso
A licenciatura, com início no 1º semestre do ano que vem na USP tem duração de quatro anos, onde se preenchem 30 vagas no período noturno. “Nós vamos formar profissionais que potencializem a ação dos outros. Em uma escola, por exemplo, ele não vai produzir um vídeo da instituição e sim identificar que irá produzi-lo, direcionando esta produção”.


Texto publicado na revista laboratório da Universidade Braz Cubas “Perspectiva” (ANO IV – Nº 03 – NOVEMBRO DE 2010).

Experimentos culturais renovam a magia do teatro

Por Fernanda Iwakura

Considerado um teatro-laboratório de vanguarda, de investigação ou moderno, o teatro experimental cria a interação dos artistas com o público e mistura vários gêneros de expressão artística. A sedução que esse tipo de dramatização possibilita acontece através da mistura de elementos artísticos, ou não, num único espetáculo.
O grupo musical "O Teatro Mágico", por exemplo, utiliza elementos artísticos para seduzir seus fãs nos shows. Já o grupo "Contadores de Mentira" prefere criar uma proximidade maior com a platéia, fazendo-a se sentir como parte da cena.

O Teatro Mágico
Na estrada há mais de cinco anos, a trupe de Osasco, fundada em 2003 por Fernando Anitelli, renovou o gênero do showbiz. Isto porque, na verdade, o Teatro Mágico revolucionou a maneira com que antes eram feitos shows musicais, misturando música, poesia, circo, dança e teatro. Anitelli idealizou uma espécie de "sarau amplificado", juntando artistas com a intenção de somar experiências no palco enquanto as músicas do grupo são tocadas.
O nome "O Teatro Mágico" faz referência ao livro "O Lobo da Estepe", do escritor alemão Hermann Hesse. Anitelli explica que "quando eu li sobre o Teatro Mágico do Hesse, percebi que era justamente aquilo que eu gostaria de montar: um espetáculo que juntasse tudo numa coisa só, malabaristas, atores, cantores, poetas, palhaços, bailarinas e tudo o mais que a minha imaginação pudesse criar. O Teatro Mágico é um lugar onde tudo é possível".
A sedução nos espetáculos da trupe é garantida, os shows são repletos de números circenses, fazendo com que a platéia fique estática observando os movimentos dos artistas. Desta forma, o espetáculo do grupo teatral foi eleito pelos leitores da Folha de São Paulo, como o melhor show da atualidade no Brasil.

Contadores de Mentira
Mais do que um simples grupo de teatro, os "Contadores de Mentira" fazem parte dos movimentos organizados na cidade de Suzano, onde surgiu a trupe. Desde 1995, com mais de 23 espetáculos, o grupo teatral investe em pesquisas e treinamentos para aprimorar suas realizações, agradando cada vez mais o público.
Atualmente encenando a peça "Curra: temperos sobre medéia", o grupo tem o objetivo de aguçar o lado perceptivo do público. Brincam com a luz, com o corpo, com o paladar, audição e o olfato dos espectadores.
Quando perguntada sobre como o espetáculo seduz a platéia, Daniele Santana, 22 anos, atriz, professora e publicitária deixa claro como o grupo teatral, qual faz parte, seduz o público. "O nosso espetáculo envolve muito cheiro, música, comida, dança. Tentamos levar para as pessoas todas as sensações, que elas possam ver, ouvir, sentir, degustar, para que através dessa experiência entendam a mensagem da peça, sendo "pegas" por todos esses sentidos e assim se prendendo a ela", enfatiza.
A intenção do espetáculo é causar nas pessoas sensações que elas normalmente não sentem. A forma com que os espectadores são acomodados na peça, o convite para se sentar a mesa com os atores durante determinadas cenas e as bebidas que são servidas para a platéia são ferramentas essenciais para integração do público com o espetáculo, criando um toque lúdico ao que é representado nas cenas.


Texto publicado na revista laboratório da Universidade Braz Cubas “Perspectiva” (ANO III – Nº 02 – NOVEMBRO DE 2009).

quarta-feira, 13 de abril de 2011

País Democrata


O dom da política.

Por Fernanda Naomi Iwakura

Política nada mais é do que a arte ou ciência de governar, organizar, administrar nações ou Estados. De etimologia grega: politika.
Se para entendermos qual a função de cada cargo político, já é complicado, imagine entender a amplitude da função como um todo.
Comecemos do princípio, o Brasil é um país democrata. Mas o que vem a ser democracia? É um regime político, onde quem tem o poder de tomar as decisões são os próprios cidadãos, por meio de seus representantes (políticos) eleitos.
Uma das mais célebres citações em termo de política é citada por Abraham Lincoln, em que ele afirma que a democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo.
O que isso significa? Qual o paralelo você estabelece entre o que é democracia, a frase de Lincoln, ambas citadas acima, e a nossa dita democracia dos nossos dias atuais?
Hoje, a política pode ser definida, além daquela velha arte e ciência de governar, como o dom da retórica, o dom da fala. Nossos atuais políticos estudam semiótica, para uma melhor desenvoltura em frente aos seus eleitores, e consequentemente, conquistarem seus votos.
A forma como eles falam, postura, a impostação da voz, terminações das palavras etc, exercem efeitos sobre as pessoas (eleitores) que estão ouvindo. Causando, quando bem empenhados, uma ótima primeira impressão.
Encontramos então, mais um ponto a ser refletido. Se o político possui o dom da fala, até que ponto podemos confiar cegamente no que estão nos dizendo?
Exemplos de farsas, mentiras, entre outros casos bem mais desagradáveis, como desvio de dinheiro, abuso de poder não nos faltam. Basta abrir o jornal que logo algum escândalo, que envolve um ou mais de nossos representantes, salta aos nossos olhos.
Como mudar toda essa nossa realidade política (vergonhosa) atual?
Como foi acima citado, o governo é do povo, pelo povo e para o povo. Teimo em reafirmar, pois temos o poder em nossas mãos. O voto.
Leia, se informe, pesquise. Descubra a fundo o passado e presente de seu futuro candidato. Se insatisfeito com todos eles, anule seu voto. Demonstre sua indignação perante aos seus futuros representantes. Não vote em apenas mais um “futuro milionário”, pois ele receberá este título as nossas custas.
“O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam” – Arnold Toynbee.